1. Leia “Emparedado”, último
capítulo do livro Evocações, do autor Cruz e Sousa. Em seguida,
faça uma análise entre a condição social do negro descrita no texto e as
condições em que ele vive na atualidade, discorrendo de maneira crítica, em
aproximadamente 30 linhas. (20 pontos).
No poema “Emparedado”, o
autor demonstra, em belos versos, transcender os limites em que alguém possa
sofrer e esperar pelo futuro lindo e brilhante de suas imaginações e
esperanças. Em meio a tantos lamentos, podemos notar que a cor da pele foi a
culpa que ele e muitas pessoas tiveram para, mesmo que sem nenhum bom senso, merecerem
exclusão, indignação e maus tratos.
O que se esperar da maneira em
que o ser, que não é o réu, entende o que é correto? Será que para aquele
existem pecados contra as leis naturais onde os pecadores, que assim são por
não participar da parte branca da população, estão em eterna condenação? Isso é
irracional! Na verdade é menos que isso, pois os que consideramos irracionais
(seres vivos não homo sapiens) usam de uma certa noção de consciência para
sobreviver.
Enquanto a sociedade
ignorante envergonha a natureza elegendo valores morais e sociais a partir de
noções tão imbecis, os que enxergam a própria diferença como nada mais que um
tom de pele demonstram sua esperança ser tragada pelo medo sua fé ser
aprisionada e exclamam sua visão de onde se encontram. Como no trecho a seguir
do poema em questão:
“Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma
derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo — horrível! — parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará
num frio espasmo de terror absoluto...”
O racismo é algo que está
sendo bem perseguido atualmente, é verdade, porém em alguns casos entende-se
que o negro, para se ter igual valor, tem que usufruir alguns direitos que, ao
meu ver, apenas tornam mais visível a discriminação. Onde há privilégio há
desigualdade de valores. Ponho como exemplo sistemas de cotas para seleção e
classificação em vestibulares. Isso é um insulto, não para os demais candidatos
mas sim para os próprios negros. É indiretamente chamá-los de menos capazes.
Há casos em que o olhar de
alguém já é o suficiente para que o receptor desse olhar sinta-se discriminado.
Tendo em vista essa afirmação, nossos olhos para os nossos semelhantes
(qualquer pessoa) não têm demonstrado sentimento de igualdade. Devemos olhar e
tratar as pessoas como a julga a figura da bem feita deusa grega Têmis, vendada
e com sua balança perfeitamente equilibrada.
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