1. A representação do
indígena na literatura brasileira se fez presente desde as primeiras escritas
acerca da nova colônia portuguesa. Leia, na íntegra, a “Carta de Pero Vaz
de Caminha” e o poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, para em seguida
discorrer acerca de como o índio foi descrito nas duas obras. Exemplifique com
trechos destas. (20 pontos)
Na carta de Pero Vaz, a
preocupação maior foi descrever a figura do índio de forma literal. Percebemos
sua maneira enfática de discorrer sobre a nudez, costume, língua e os
ornamentos daquele povo estranho. Como vemos no trecho a seguir da carta:
[...] A feição deles é serem pardos, um tanto
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas
vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos
traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de
comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na
ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que
lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E
trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no
falar, nem no comer e beber. [...]
Exibindo o outro lado, na
poesia “Canção do Tamoio”, Gonçalves Dias exibe a visão do índio sobre a
realidade que estava vivendo, e até podemos observar aconselhamentos e
reflexões sobre o quadro do índio:
[...]
Não chores, meu filho; Não
chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os
fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar.
[...]
DIAS, Gonçalves. Canção
do tamoio
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