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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Literatura e Cultura indígena Afro Brasileira Ativ. de aprend. II

1. Leia “Emparedado”, último capítulo do livro Evocações, do autor Cruz e Sousa. Em seguida, faça uma análise entre a condição social do negro descrita no texto e as condições em que ele vive na atualidade, discorrendo de maneira crítica, em aproximadamente 30 linhas. (20 pontos).

No poema “Emparedado”, o autor demonstra, em belos versos, transcender os limites em que alguém possa sofrer e esperar pelo futuro lindo e brilhante de suas imaginações e esperanças. Em meio a tantos lamentos, podemos notar que a cor da pele foi a culpa que ele e muitas pessoas tiveram para, mesmo que sem nenhum bom senso, merecerem exclusão, indignação e maus tratos.
O que se esperar da maneira em que o ser, que não é o réu, entende o que é correto? Será que para aquele existem pecados contra as leis naturais onde os pecadores, que assim são por não participar da parte branca da população, estão em eterna condenação? Isso é irracional! Na verdade é menos que isso, pois os que consideramos irracionais (seres vivos não homo sapiens) usam de uma certa noção de consciência para sobreviver.
Enquanto a sociedade ignorante envergonha a natureza elegendo valores morais e sociais a partir de noções tão imbecis, os que enxergam a própria diferença como nada mais que um tom de pele demonstram sua esperança ser tragada pelo medo sua fé ser aprisionada e exclamam sua visão de onde se encontram. Como no trecho a seguir do poema em questão:
“Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo — horrível! — parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará num frio espasmo de terror absoluto...”
O racismo é algo que está sendo bem perseguido atualmente, é verdade, porém em alguns casos entende-se que o negro, para se ter igual valor, tem que usufruir alguns direitos que, ao meu ver, apenas tornam mais visível a discriminação. Onde há privilégio há desigualdade de valores. Ponho como exemplo sistemas de cotas para seleção e classificação em vestibulares. Isso é um insulto, não para os demais candidatos mas sim para os próprios negros. É indiretamente chamá-los de menos capazes.

Há casos em que o olhar de alguém já é o suficiente para que o receptor desse olhar sinta-se discriminado. Tendo em vista essa afirmação, nossos olhos para os nossos semelhantes (qualquer pessoa) não têm demonstrado sentimento de igualdade. Devemos olhar e tratar as pessoas como a julga a figura da bem feita deusa grega Têmis, vendada e com sua balança perfeitamente equilibrada.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Literatura e Cultura Indigena Afro-Brasileira - Ativ. de Aprend IV

1. A representação do indígena na literatura brasileira se fez presente desde as primeiras escritas acerca da nova colônia portuguesa.  Leia, na íntegra, a “Carta de Pero Vaz de Caminha” e o poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, para em seguida discorrer acerca de como o índio foi descrito nas duas obras. Exemplifique com trechos destas. (20 pontos) 

Na carta de Pero Vaz, a preocupação maior foi descrever a figura do índio de forma literal. Percebemos sua maneira enfática de discorrer sobre a nudez, costume, língua e os ornamentos daquele povo estranho. Como vemos no trecho a seguir da carta:

 [...] A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber. [...]

Exibindo o outro lado, na poesia “Canção do Tamoio”, Gonçalves Dias exibe a visão do índio sobre a realidade que estava vivendo, e até podemos observar aconselhamentos e reflexões sobre o quadro do índio:

[...]
Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar.
[...]


DIAS, Gonçalves. Canção do tamoio

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Os Símbolos do Curso de Letras


(postagem cópia)
O principal símbolo que representa o curso de Letras é uma planta conhecida por Flor-de-lis, que veremos o significado em seguida, vamos lá?


As três pétalas superiores representam a tríade que compõe o curso: Linguística, Literatura e Gramática.



1- A pétala do meio é a Literatura (Letras em latim é Litteris). Por sua etimologia é a pétala central. Repare que ela aponta para cima, para o ideal, o elevado.

2- A pétala da direita é a Gramática, a tradição conservada.

3- A pétala da esquerda é a Linguística, a ciência, a revolução racional e crítica.



O traço horizontal no centro da imagem representa a união entre as três pétalas (Linguística, Literatura e Gramática) como um feixe.


Cada pétala tem sua continuidade abaixo do traço horizontal, ou seja, um lado idêntico, porém, oposto. É a representação da Dialética, a antítese de cada pétala, logo, a figura como um todo é uma síntese, representando o equilíbrio. A dialética foi uma das disciplinas curriculares básicas da Antiguidade e Idade Média.



Outra análise:

A metade abaixo do traço horizontal também pode representar o caule e a raiz das pétalas, ou seja, a busca pelas fontes do conhecimento, a procura pelas raízes da sabedoria, a investigação do que está oculto (a raiz se esconde embaixo da terra).
As três pétalas também podem significar os gêneros lírico, narrativo e dramático. Ou ainda: descrição, dissertação e narração.


Mas e a Coruja?

A coruja como símbolo de Letras representa a docência, a sabedoria, a curiosidade e o mistério. Como Licenciatura, divide a coruja com outras licenciaturas: Filosofia e Pedagogia.



(postagem original em http://interludico.blogspot.com.br/2014/11/a-flor-de-lis-como-simbolo-do-curso-de.html)

Tipos de "PORQUÊ"



(postagem cópia)
Você sabe quando usar por queporquepor quê ou porquê? Então, leia com atenção.

1. A forma POR QUE é usada:
a) Para introduzir uma pergunta. Exemplos:
- Por que inventei para a moça o nome de Nazinha? (BRAGA, 2013, p. 55)
- Por que não há de estudar leis fora daqui? (ASSIS, 2008, p. 64)

b) Quando se subentende a palavra motivo. Exemplos:
- Nem sei explicar por que pensei nisso no meu caminho de sempre, depois do trabalho, na rua vazia, de madrugada. (BRAGA, 2013, p. 53)
- Os senhores já sabem por que é que eu tenho um olho torto? (RAMOS, 2012, p. 13)
- Fui examinar os cachorrinhos, saber por que um gorgolejava daquele jeito. (RAMOS, 2012, p. 101)
c) Quando equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais. Exemplos:
- Nem contigo entender a razão por que ele agiu daquela maneira.

2. A forma POR QUÊ, com acento circunflexo, aparece no fim da frase, concluindo uma pergunta. Exemplos:
- Chorou por quê? (ASSIS, 2008, p. 48)

3. A palavra porque introduz as ideias de causa e explicação. Equivale a pois, uma vez que, já que. Exemplos:
- Eu podia lhe contar o meu programa; não conto, porque não sou nenhum desses políticos idiotas que vivem salvando a pátria com plataformas. (BRAGA, 2013, p. 80)
- Não me parece bonito que o nosso Bentinho ande metido nos cantos com a filha do Tartaruga, e esta é a dificuldade, porque se eles pegam de namoro, a senhora terá muito que lutar para separá-los. (ASSIS, 2008, p. 15)
- Uma tarde entrou em nossa casa, aflito e desvairado, ia perder o lugar, porque chegara o efetivo naquela manhã. (ASSIS, 2008, p. 43)
Note que é só para fazer mal, porque ele é tão religioso como este lampião. (ASSIS, 2008, p. 56)
Mas agora não havia perigo, porque a oração que eu tinha rezado era poderosa e o couro da bota era duro. (RAMOS, 2012, p. 46)

4. Usa-se o substantivo PORQUÊ como equivalente de motivo, razão. Exemplos:
- Não sei o porquê de tanta ironia
- Deve haver um porquê para sua atitude.
E então? Ficou clara a explicação? Então observe este curto trecho do romance Dom Casmurro, em que José Dias conversa com Bentinho, e reflita sobre o emprego das palavras grifadas.

"Aí está! nunca ninguém me há de ouvir dizer nada de pessoas tais, por quê? Porque são ilustres e virtuosas."

(postagem original em http://educacao.globo.com/telecurso/noticia/2015/01/dicas-do-professor-aprenda-usar-os-tipos-de-porque.html)

terça-feira, 5 de julho de 2016

Formação Histórica da Língua Portuguesa - Ativ. IV

1. A língua é indiscutivelmente uma instituição social e que, por isso mesmo, jamais teríamos uma compreensão integral dos fenômenos a ela relacionados sem levar em conta os fatores responsáveis pela evolução/variação de natureza regional e social à qual a língua está sujeita. De acordo a sociolinguísta Bortoni-Ricardo (2005), para discutirmos a língua portuguesa contemporaneamente, deve-se considerar alguns aspectos relacionados a ela. Quais são esses aspectos? (9,0 pontos)

A dualidade linguística – modalidade urbana versus modalidade rural, os fluxos migratórios do século XX e os estágios de desenvolvimento dentro de um mesmo território e a tendência emancipacionista da literatura brasileira moderna.

2. A língua portuguesa que falamos hoje nas mais diversas situações comunicativas, das mais informais àquelas extremamente formais, como vimos, ao longo dos seus quinhentos anos de formação, recebeu várias influências. Considerando que uma língua sofre influência de outra, por meio de contato, cite alguns povos dos quais a língua brasileira sofreu e ainda sofre influências. (8,0 pontos)

De princípio, maior parte da influência veio dos portugueses, dos africanos e dos índios. Também houve, e ainda há, de outros povos que passaram e passam pelo território brasileiro ou que aqui habitaram ou habitam.

3. No processo de colonização do Brasil, a língua dos portugueses conservou-se nos centros de colonização do litoral. Já os falares rurais, de acordo com as pesquisas revelam que há um maior distanciamento entre estes falares e os falares lusitanos. Esse distanciamento perdurou até o século XX. No entanto, nesse mesmo século a margem de distanciamento desses falares, especificamente, urbanos e, especificamente, rurais diminuiu, ou seja, o quadro linguístico da língua portuguesa brasileira foi alterado consideravelmente. Isso se deveu a quê? (8,0 pontos)


Acredita-se que foi pela influência do adstrato indígena e do pidgin falado pelos negros entre si e nos contatos com os brancos e mestiços.

domingo, 3 de julho de 2016

Literatura e Cultura Indígena Afro-Brasileira - Atividade de Aprendizagem III

1. De acordo com Ferreira (2012), apesar de ter muitos amigos e trânsito livre na Academia Brasileira de Letras, Júlio Romão tentou por três vezes ingressar como membro da ABL, mas o sonho de se sentar na cadeira dos “imortais” foi barrado. Ainda de acordo com o estudioso Ferreira, quais seriam os motivos da não aceitação do referido autor como membro da Academia? Quais os temas apresentados na sua produção literária? (5 pontos) 

Na primeira vez que se candidatou foi barrado por Orígenes Lessa; na segunda vez cedeu a vaga a Castelinho, um famoso jornalista também piauiense; na terceira vez já havia transferido residência para Teresina. Ferreira questiona se tamanhos impedimentos ocorreram pelo fato de Júlio Romão ser negro de pele muito escura grande parte de sua obra tratarem de temas afrodescendentes e indígenas. Ressalta, em contrapartida, que Machado de Assis também é negro, porém por muitos anos a Academia de Letras omitia isso.


2.  A construção da identidade afrodescendente na escrita literária de Evaristo se faz por via da construção do imaginário e da identidade negra que são ressignificados na história dos antepassados, recontada à protagonista quando esta retorna à casa dos parentes negros. Destaque do trecho que segue passagens que caracterizam a identidade afrodescendente. (5 pontos) 

“[...] Filho de ex-escravo, crescera na fazenda levando a mesma vida dos pais. Era pajem do sinhô-moço. Tinha a obrigação de brincar com ele. Era o cavalo onde o mocinho galopava sonhando conhecer todas as terras do pai. Tinham a mesma idade. Um dia o coronelzinho exigiu que ele abrisse a boca, pois queria mijar dentro. O pajem abriu. A urina do outro caia escorrendo quente por sua goela e pelo canto de sua boca. Sinhô-moço ria, ria. Ele chorava e não sabia o que mais lhe salgava a boca, se o gosto da urina ou se o sabor de suas lágrimas.” (PV, 2003, p. 14).
“[...] Um dia o coronelzinho, que já sabia ler, ficou curioso para ver se negro aprendia os sinais, as letras de branco e começou a ensinar o pai de Ponciá. O menino respondeu logo ao ensinamento do distraído mestre. Em pouco tempo reconhecia todas as letras. Quando Sinhô-moço se certificou de que o negro aprendia, parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o que o negro ia fazer com o saber do branco?” (PV, 2003, p. 15)
“[...] Naquela noite teve mais ódio ainda do pai. Se eram livres, por que continuavam ali? Por que, então, tantos e tantas negras na senzala? Por que todos não se arribavam à procura de outros lugares e trabalhos? [...] O homem não encarou o menino. Olhou o tempo como se buscasse no passado, no presente e no futuro uma resposta precisa, mas que estava a lhe fugir sempre.” (PV, 2003, p. 14-15)
“[...] Estava feliz. Acaba de fazer uma descoberta. A cidade era mesmo melhor do que na roça. Ali estava a prova. O soldado negro! Ah! que beleza! Na cidade, negro também mandava! [...] Ele mandou que o branco guardasse Luandi na cela. Só trancasse o preso, não fizesse nada... Luandi conclui que o soldado negro era mesmo importante. Era ele quem mandava.

[...] Luandi só queria ser soldado. Queria mandar. Prender. Bater. Queria ter a voz alta e forte como a dos brancos.” (PV, 2003, p. 70-71)


Pergunte, ou responda algumas questões dos exercícios nos comentários. Aceitamos sugestões!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Formação Histórica da Língua Portuguesa Ativ. III

1. Língua e sociedade estão entrelaçadas. Por essa razão, não se pode desvincular a língua da realidade histórico-social. Nesse sentido, elenque os fatos que marcaram a história do Brasil no período colonial. (5,0 pontos)

  • Carta escrita por Pe. Pero Vaz de Caminha informando a chegada dos portugueses a uma nova terra. (22 de abril de 1500)
  • A chegada da família real portuguesa (século XIX)
  • Independência do Brasil (século XIX)



2. Dentre os fatos históricos que ocorreram no Brasil colônia e que refletiram na língua, dois foram mais significantes. Cite esses fatos. (5,0 pontos)

1º Motivo: Contato com os Portugueses
Os portugueses e as índias começaram a se relacionar dando origem ao mameluco bilíngue. E o português estava sendo ensinado nas escolas em Pernambuco e na Bahia; por alguns funcionários; pelas pessoas letradas; e por senhores de engenho.

2º Motivo: Aumento da população de língua portuguesa
O indígena, povo nativo da nova terra, foi desaparecendo por não se adaptar ao convívio com o europeu. Na mesma proporção em que ia ocorrendo o desaparecimento do índio, acontecia a aumento da população negra e branca.
Os senhores eram os falantes do idioma oficial e literário, revestido de prestígio legado pela escrita e por ser a língua do dominador, expandia-se ao tempo em que absorvia alguns traços específicos em virtude dos contatos linguísticos sem, contudo, alterar a estrutura linguística, mas sinaliza para uma diferenciação do português europeu.


3. A terceira fase do Brasil Colônia é, historicamente, contextualizada entre o século XVIII e o início do século XIX. Compreende uma série de fatos que foram cruciais para a história do Brasil, em especial, prepararam o terreno para o desenrolar de outros fatos igualmente importantes. Nesse aspecto, destaque esses fatos. (5,0 pontos)
  • Os franceses no Rio de Janeiro
  • A corrida do ouro
  • A continuação da expansão territorial
  • As lutas com os espanhóis e a colonização do Sul
  • A expulsão dos jesuítas
  • A Conjuração mineira.

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