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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Estágio Supervisionado II - Ativ. de aprend. 2



1. A partir das leituras decorrentes da Unidade I do Livro didático de nossa disciplina, discuta sobre o funcionamento e inter-relação entre a linguagem verbal, não-verbal e verbo-visual e as implicações para o ensino de língua portuguesa. (5,0 pontos)
As modalidades de comunicação humana possibilitam a interação social de diferentes formas. Na modalidade verbal a forma utilizada é o vocabulário, onde a junção de palavras se faz necessária para a compreensão. Esta modalidade pode ser efetivada tanto por meio da escrita (visual) como da falada (não-visual).
Existem outras formas de se comunicar sem utilizar palavras. Na linguagem não verbal a mensagem é transmitida por símbolos, gestos, imagens, sinais, etc. Basta uma vivência e experiência sobre tais maneiras de transmissão da mensagem. Entende-se, portanto, que é grande o papel do educador o ensino prático e teórico do máximo de modalidades possíveis.
2. Para os PCN (1998, p. 21),
“Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos. As quais geram novos usos sociais que os determinam. Os gêneros são, portanto, determinados historicamente, constituindo forma relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura.”
De acordo com a proposta dos PCN e das ideias apresentadas no livro adotado na nossa disciplina sobre o ensino dos gêneros, na sua concepção, qual a importância da prática pedagógica no ensino de leitura e escrita desenvolver-se através da leitura e produção de gêneros textuais? (10,0 pontos)
A importância de um ensino sistematizado no quesito gênero textual é muito grande. Dificilmente um aluno do ensino médio ou até mesmo superior saberá diferenciar dois textos de gêneros distintos. Tais fatos colaboram para o empobrecimento da cultura textual brasileira.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Estágio Supervisionado II - Ativ. de aprend. 1


1. Após a leitura do artigo “Estágio supervisionado e ensino de língua portuguesareflexões no curso de Letras/Português da UFPB” e considerando suas experiências do decorrer da disciplina Estágio Supervisionado I, comente a seguinte colocação das autoras do artigo: “Enfim, podemos dizer que ministrar aulas na disciplina de Estágio, na licenciatura, tem se mostrado um enorme desafio para os professores que atuam nessa área.” (p. 207). (10,0 pontos)
O ensino da disciplina de Estágio não é uma tarefa fácil, primeiramente porque os alunos têm uma visão diminuída da serventia do estágio. Para a maioria, ele é apenas a parte prática do curso estudado. Todavia, é o núcleo circundado por todas as outras disciplinas. Outro fator que impossibilita total sucesso na disciplina é a desmotivação encontrada nas escolas por parte mesmo dos professores. A qualidade de ensino atual é transmitida para os acadêmicos sendo ela boa ou ruim. Cabe ao professor da disciplina de estágio alertar sobe o real papel de um professor e trabalhar essa conscientização o máximo possível.
2. A primeira parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais faz uma apresentação geral da área e do ensino de Língua Portuguesa. Nesta seção do documento também são apresentados os objetivos (06) gerais de Língua Portuguesa para o ensino fundamental. Com base nos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos até este momento do curso, na leitura dos PCN e do texto de Antunes (2003), reflita, em um parágrafo, sobre a possibilidade de alcançar tais objetivos para uma atuação adequada no ensino da língua portuguesa. (15,0 pontos)
A principal atividade que considero necessária para realmente alcançar produtividade no ensino da língua portuguesa é a leitura. Não é de hoje que os brasileiros carecem dessa prática. Muito se tem de material disponível e a qualidade dos nossos autores não deixa a desejar. Porém os professores estão seguindo a rotina e o passo-a-passo de sempre e o desfecho dessa história será a estagnação caso não haja mudanças no quesito influenciador à leitura.  

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Literat. Afric. em Ling. Port. - Atv de Aprend 3


1. Três poetas tematizam o tópico da evasão. Rapidamente podemos identificar que eles usam o recurso da intertextualidade com um dos nossos poetas: Manuel Bandeira. Esta é uma das marcas da literatura caboverdiana, sobretudo das décadas de 1960 e 70. O modernismo brasileiro suscitou um diálogo poético profícuo entre Brasil e Cabo Verde. Identificando-se com os modernistas brasileiros, os poetas caboverdianos por motivos vários, desde as semelhanças geográficas com o nordeste brasileiro à necessidade de ruptura com o processo de colonização, apropria-se de caros temas e motes de nossos poetas, seja sob o recurso da paráfrase ou da paródia, para assim, sem abre mão de suas peculiaridades, cantar sua terra, seus problemas e expressar uma identidade estético-literária. Diante deste breve comentário, leia o poema “Vou me embora pra Pasárgada” de Manuel Bandeira, “Anti-evasão” de Ovídio Martins e Itinerário de pasárgada, de Oswaldo de Alcântara. Em seguida, explique as posições dos dois poetas caboverdianos diante do tema em diálogo com Bandeira. (10 pontos)
Manuel Bandeira e Oswaldo de Alcântara refugia-se em uma cidade que, segundo o eu-lírico, os trará alivio da sua infelicidade no local que ele se encontra. Já Ovídio Martins maximiza a importância de permanecer na terra natal.

2. Você observou que há, na unidade, poemas de Odete Semedo, retirado do livro “No fundo do canto”, em que a autora escreve em português e no seu dialeto crioulo. Diante do contexto literário de Guiné Bissau, explique porque a autora tem a preocupação de poetizar em bilíngue. Em seguida, leia atentamente o poema “Bissau é um enigma”, explique e justifique o estado emocional do eu lírico. (10 pontos)

A autora preocupa-se em produzir os poemas em português e no crioulo de Guiné-Bissau porque para ela as traduções retiram a autenticidade das obras. Em seu livro ela ressalta: nem todos os poemas são apresentados em duas versões, dado que uns foram escritos originalmente em kriol e outros em português. E a tradução fá-los-ia perder a autenticidade”.

Vou-me Embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.


Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Literat. Afric. em Ling. Port. - Atv de Aprend 2



1. No 3º período delineado por Pires Laranjeira que corresponde a fase nacional indicada por Fonseca e Moreira, surgem duas vozes importantes na literatura moçambicana: Noémia de Sousa e José Craveirinha. Leia os poemas deles contidos na unidade e comente suas temáticas relacionando-os com o contexto social moçambicano na época. (10 pontos)
Noémia de Sousa, mulher que utilizou inúmeros poemas, entre eles o “se me quiseres conhecer”, para transmitir mensagens de insatisfação sobre como seu país sofria repressão de seus colonizadores.
Da mesma forma o poeta Craveirinha demonstra que as tradições e a identidade de seu povo era por ele desejado pois a colonização os tinha usurpado. 
2. Leia os contos do livro Estórias abensonhadas de Mia Couto e faça uma resenha crítica sobre ele, acrescentando a apreciação crítica de um dos contos escolhido por você. Lembre-se resenha é um texto de apresentação de determinado livro ou objeto artístico, de forma sucinta, ressaltando os pontos altos, isto é, os mais importantes. Sem fazer divisão de tópico, você deve falar do autor, por que o título, quantidade de contos, o que você achou mais significativo e faça a apreciação crítica sobre aquele que você escolheu tratando do enredo e personagens. (10 pontos)
O livro Estórias abensonhadas traz 26 contos focados em exibir e evocar esperanças em um período pós-guerra.
A que mais me chamou a atenção foi “nas águas do tempo” que mostrava a relação entre avô e neto e a importância de se ouvir os mais velhos. Escolhi falar desta estória em particular com me identificar pelo fato de eu e meu avô também termos uma relação parecida.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Leitura, Teorias e Prática - Atv. de Apren. 3


1. Como aprendemos nas discussões, além da materialidade linguística, os textos também contam com outros elementos que colaboram para sua compreensão. Um deles é o contexto. Observe o cartaz a seguir e explique o sentido da palavra “detox” neste texto. (10 pontos) 



Como detox é um tipo de suco usado para estimular a limpeza interna no organismo eliminando toxinas, foi empregado esse título de uma forma financeira. Assim, sabendo o significado da palavra detox, de imediato o leitor supõe que será uma forma de ajudar a, como o cartaz informa, equilibrar o orçamento.

2. Leia o texto a seguir: 



Observe a palavra “usuário”. Qual o significado dessa palavra? Qual sentido ela sugere no texto? Como esse sentido é construído? Você se surpreendeu como o texto? O que garante a comicidade e quebra de expectativa no texto? (10 pontos)

O significado original da palavra é “aquele que faz uso”. No texto, essa palavra está se referindo a um leitor. Porém, de início, pressentimos que a palavra se referiria a uma pessoa que usa drogas. Pois em nosso cotidiano é comum a palavra “usuário” ser usada para substituir a expressão “usuário de drogas”. Somente através da leitura completa do texto nos deparamos com o real sentido que o mesmo remete. Por esse motivo, há uma “pitada” de ludicidade com as palavras. 

Literatura Africana - Livro Estórias Abensonhadas - Mia Couto (Resenha)


Baixe o livro.

A história de Moçambique está contida também em versos e o livro de contos "Estórias Abensonhadas" (Mia Couto) nos permite sentir  um pouco do que seu povo vive. Acompanhe abaixo a resenha.
Por Francine Ramos
Mia Couto escreve sobre o seu país, Moçambique (África), mas também escreve sobre você! As suas palavras, tão repletas de novas possibilidades, por sua capacidade de juntar sentimentos, verbos e ações como algo único, faz do livro Estórias Abensonhadas muito bonito, apesar de ter como tema a guerra, que sempre destrói a beleza das coisas, dos lugares e das pessoas.
Abensonhadas. Sonhadas, Bem Sonhadas, Benção de Sonhos. Tanta coisa mora dentro das palavras que Mia Couto inventa. O seu “faliventar” já é uma característica de sua obra, assim como a crítica social atrelada a exaltação constante da cultura do seu povo e também a incrível capacidade de contar histórias como se elas pertencessem ao mundo todo, uma vez que leva o leitor a pensar sobre a sua própria condição em estar vivo.
O pós-guerra é o principal tema do livro, porém, há outros temas, dentro deste único universo: amor, traição, casamento, raiva, nascimento, saudade, educação, violência. E dentro disso tudo, o estilo tão peculiar de Mia Couto, que brinca constantemente com o real e o imaginário:
“Estas estórias foram escritas depois da guerra. Por incontáveis anos as armas tinham vertido luto no chão de Moçambique. Estes textos me surgiram entre as margens da mágoca e da esperança.” (p. 5)
O primeiro conto chamado “Nas águas do tempo” é sobre esperança e mostra a bela relação entre avô e neto, enfatiza a importância de ouvir, respeitar e acreditar nas pessoas mais experientes.
“A água e o tempo são irmãos gêmeos, nascidos do mesmo ventre.” (p. 10)
Mas não são todos os contos que enfatizam a esperança no final da guerra. Há alguns que mostram a vida das pessoas durante a guerra, mas Mia Couto utiliza outros temas para desenvolver essas histórias. É o caso, por exemplo, do conto “As flores de novidade” que narra a triste trajetória de uma criança não desejada, que, por isso, ganhou o nome de Novidade Castigo.
Conto após conto, as estórias abensonhadas, formam um conjunto único de sentimentos, porém, opostos. Como um espaço do tempo em que o ser humano se vê em situações tão perigosas e sensíveis para a alma, o pensamento que fica é sobre o momento em que perdemos a capacidade de amar e como é possível resgatar isso. Nos sonhos, talvez.
“Sentado na velha cadeira de balanço, pesa-lhe a imensidão dos dias. Trabalhar para quê? O trabalho é como um rio: está-se acabando e o que vem atrás é ainda um rio. Esticando as pernas com lassidão me pergunta: – Quem está balançar: sou eu, é a cadeira ou é o mundo?” (p. 48)Mia Couto, com suas histórias reais e mágicas, mostra a crueza da guerra, os seus estragos, as suas feridas e do quanto é importante resgatar o sentido da vida cotidiana, mesmo nas situações mais atípicas, mesmo quando não há desejo e percepção sobre as próprias mudanças da alma.
Texto reproduzido pela Revista Pazes com a autorização da 

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